quinta-feira, 8 de maio de 2014

Zôo Paris

 Novo zoológico de Paris
Jornalista
Após retornar neste espaço ao polêmico tema do fechamento dos zoológicos – anacrônicas prisões de animais que viviam livres numa selva – lemos com atenção o artigo do jornalista francês Gilles Lapouche, publicado dia 20 passado no jornal “O ESTADO DE S. PAULO”, sobre o novo Zoológico de Paris. Informou Lapouche: “Após cinco anos fechado, o Zoológico de Vincennes reabriu as portas. Chama-se agora Parque Zoológico de Paris, para assinalar que os 167 milhões de euros consagrados à sua renovação, marcam uma data na história dos zoos, ou, mais exatamente, das relações do homem com a natureza e com a selvageria.
Em 1934, quando o Zoológico de Vincennes foi inaugurado, sua finalidade exclusiva era oferecer um espetáculo às famílias. O zoológico, explicavam, entreabria uma janela que permitia ver o que escapava ao primeiro olhar: a vida livre e misteriosa que os animais levam à sombra das florestas ou nas savanas. O projeto era mentiroso: na verdade, os animais eram exibidos para se ganhar dinheiro e distrair as pessoas. Da mesma forma que Paris, no início do século 20, apresentava aos curiosos as “Vênus Hotentotes”, o Zoológico de Vincennes oferecia aos homens a altivez dos animais nas planícies.
Pouco importava se leões, girafas ou gazelas morriam de tédio, imundície, cativeiro, contanto que as crianças se divertissem. Temos agora um zoológico do século 21. As coisas foram benfeitas: 179 espécies; um aviário de 1.100 m² e 11 m de altura; uma estufa tropical de 100 m de comprimento. Mas nada de ursos nem de elefantes porque são animais que demandam vastos espaços. As espécies foram instaladas em paisagens naturais com ambientes e microclimas calculados.
Não há mais leopardos ou macacos enregelando em Paris. Não há mais jaulas nem barreiras. Os ambientes foram planejados para que os animais fiquem isolados do público por fossos ou paredes de vidro. Esse esforço para respeitar a liberdade animal pode causar alguma frustração nos visitantes, mas ninguém se queixa porque o ‘novo zoológico’ proclama que se preocupa mais com animais do que com espectadores. Se um animal se cansar de ouvir a gritaria de crianças, pode se recolher às suas florestas profundas e ficar em paz”. O exemplo vale para Uberlândia: construir um zoológico como o de Paris ou detonar o presídio de animais do Parque do Sabiá.

Fonte: Jornal o Correio


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